Ambientação e influência das cores no local de trabalho

Muito mais que uma questão estética, a ambientação nas empresas é um elemento estratégico que deve ser pensado para proporcionar um espaço confortável e produtivo e para reafirmar a identidade da marca

Designers e arquitetos especializados em arquitetura corporativa ao projetarem os ambientes de trabalho, utilizam as cores como ferramenta principal na percepção das pessoas que ocuparão e usufruirão dos espaços. Em conjunto com psicólogos, sociólogos e profissionais da área de marketing defendem as cores aplicadas nos espaços como influenciadores nos campos físicos e emocionais dos colaboradores.

Infelizmente há casos em que o planejamento espacial é eficiente, a iluminação, conforto térmico e acústico são adequados, mas não há preocupação com o uso da cor, com grande apelo às cores utilizadas na identidade da empresa (logo), nem sempre adequadas ao projeto cromático.

O bom uso das cores nos ambientes de trabalho influencia em diversos pontos:

  • Reações psicológicas relacionadas a humor, satisfação e motivação;
  • Aumento do desempenho;
  • Menor fadiga visual;
  • Redução do índice de acidentes;
  • Facilidade de conservação e limpeza;
  • Concepção da imagem da organização, o que se deseja transmitir aos clientes, colaboradores e fornecedores.

Contudo, colorir apenas é insuficiente, pois é necessário que haja adequação das cores com a função do espaço, retratando-se assim às características do indivíduo e as tarefas vivenciadas naquele local.

Confira os aspectos fundamentais a serem considerados na hora de planejar a composição cromática dos ambientes corporativos:

  1. As cores quentes (aquelas associadas ao sol e ao fogo – amarelo, vermelho e laranja) aproximam e aumentam os objetos, diferente das cores frias (associadas à água e ao céu – azul, verde e violeta), que dão a impressão de distância e reduzem as dimensões aparentes dos objetos. As cores escuras criam a sensação de aproximação, enquanto as cores claras aparentam aumentar a amplitude.
  2. Na percepção de tempo, experiências mostram que em ambientes com cores quentes o ser humano subestima a passagem do tempo, enquanto nos ambientes com cores frias o tempo é superestimado. No que diz respeito à percepção tátil, cores quentes parecem mais fofas e macias, e cores frias causam a sensação de dureza.
  3. Pesquisas realizadas por psicólogos da Gestalt (teoria que estuda como os seres humanos percebem as coisas) concluíram que sons altos e fortes fazem com que os olhos fiquem mais sensíveis ao verde que ao vermelho. Esses dados são importantes para o correto planejamento das compensações visuais, no caso de haver problemas com ruídos em diversos tipos de ambiente. Em relação à percepção gustativa e olfativa, verifica-se que os vermelhos, laranjas, amarelos e verde-claros são cores apetentes, diferentes de púrpura, mostarda e tons de cinza, que são menos desejáveis.
  4. Quanto à sensação das cores:
  • Verde: sugere tranquilidade e vitalidade. Em tom claro, transmite sensação de paz e bem-estar. Tons escuros podem deprimir.
  • Amarelo: é uma cor de vivacidade e luminosidade, sugere proximidade. É aconselhada para escritórios que precisam de muita concentração. Porém, deve ser usado com cuidado e em pontos específicos, pois em excesso, pode tornar o ambiente angustiante e cansativo.
  • Azul: na cultura ocidental está associado a fé, confiança, pureza. O azul-escuro dá sensação de frieza e formalismo.
  • Laranja: cor estimulante e de vitalidade, relacionada a ação, entusiasmo e força.
  • Rosa: aquece, acalma e relaxa. Está associada a feminilidade e delicadeza.
  • Vermelho: desperta entusiasmo, dinamismo e ação. Por ser muito estimulante, pode deixar a pessoa mais enérgica, aumentando a pressão sanguínea e as batidas do coração. Se usado em excesso, pode irritar e despertar violência.
  • Violeta: sugere proximidade e contato com a espiritualidade. O excesso torna o ambiente desestimulante. Assim como ocorre com o vermelho, com o azul-escuro e com o verde-escuro, não é recomendado o uso do violeta em grandes áreas.
  • Branco: sua função principal é multiplicar a luz do espaço, por isso, ele passa a ideia de que o ambiente é mais amplo do que realmente é. Passa a ideia de luxo e estimula a criatividade. Ainda assim, um ambiente totalmente branco pode se tornar monótono, por isso, se optar pelas paredes brancas, escolha alguns móveis coloridos para dar equilíbrio ao ambiente.

Atrelado ao uso das cores, os ambientes de trabalho devem transmitir a identidade da empresa e como os colaboradores usufruem dos diferentes espaços que atualmente os escritórios oferecem (posições de trabalho, espaços para concentração, espaços colaborativos, salas para reuniões formais, salas de descompressão, etc.).

Orientações de um arquiteto ou design de interiores representa o melhor caminho para a escolha correta das cores. A aplicação de logos e imagens criativas que acompanhem as ações estratégicas da empresa e os objetivos que se pretendem passar aos colaboradores funcionam muito bem com agências especializadas em ambientação, como é o caso da Agência Pavé.

Texto de Marcella Godinho

Arquiteta especializa em ambientes corporativos – com projetos elaborados para Porto Seguro e Banco Santander. Formação em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Mackenzie.

Em caso de dúvida ou interesse pelo tema, envie um e-mail para: marcellagodinho@yahoo.com.br

 

 

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